E não sobrou nenhum



Título Original: And then there were none (Ten Little Niggers)
Escritor(a): Agatha Christie
Editora: Globo
Gênero: Romance Policial
ISBN: 978-85-250-4961-2
Páginas: 397
Ano: 1939

E aee Galera, seguinte...

Hoje, mais uma resenha de um livro incrível de Agatha Christie. E não sobrou nenhum foi publicado na Inglaterra inicialmente com o título Ten Little Niggers (Dez Negrinhos, em tradução literal), o que no Brasil ficou O Caso dos Dez Negrinhos. Quando chegou aos Estados Unidos (principalmente), este título não soou muito bem e gerou polêmica ( por parecer pejorativo e preconceituoso, principalmente para quem lê apenas o título e não sabe seu conteúdo), e resolveram intitular And then there were none (E Não Sobrou Nenhum), título adotado no Brasil desde 2008. Na década de 50, ainda chegou a ser comercializado no Brasil com o título O Vingador Invisível.

Uma coisa que achei demais neste livro é a formação dos capítulos, são supercurtos, em sua grande maioria, com uma à duas páginas. Eu, particularmente, prefiro livros com capítulos curtos, porque não fica aquele enrolation, o autor manda o recado do capítulo sem ficar prolixo. Este livro (pelo menos na edição que li) está dividido em dezesseis partes, cada parte com determinado número de capítulos, normalmente entre 4 e 7 capítulos. E possui um epílogo para elucidar o caso, totalizando 397 páginas, nesta edição de bolso.

O livro inicia-se contando como cada uma das oito pessoas foram convidadas/atraídas para a Ilha do Soldado (uma ilha de um único dono milionário, mas cujo este dono não era conhecido). Uns foram convidados por cartas, outros pessoalmente e com proposta de trabalho na mansão da ilha. Nenhuma das personagens conhecia uma a outra (alguns com profissões mais conceituadas, tinham fama na sociedade ou já tinham se cruzado em alguma outra situação).

Independente de como foram chamados à ilha, todos foram orientados para chegar em determinado horário na estação de Oakbridge no dia 08 de agosto. Chegando lá haveriam carros que levariam até Sticklehaven, para pegarem o barco rumo à ilha.

Aos poucos todos chegam, e pegam o barco em direção à Ilha do Soldado. Já na Ilha, os oito se encontram com os criados Sr. e Sra. Rogers que comunicam que os anfitriões se atrasaram e acabariam não chegando naquela noite. Depois do jantar todos se reúnem na sala de estar, onde começam a conversar, de repente uma voz estranha soa na sala, acusando as dez pessoas (oito convidados + o casal Rogers) de crimes cometidos, mais precisamente assassinatos direta ou indiretamente envolvendo as dez pessoas.

Todos estranham a voz, visto que só haviam as dez pessoas na casa, e todos encontravam-se na sala. De onde veio a voz? Quem estava falando?

Pouco tempo depois de descobrirem de onde surgiu a voz, estavam todos assustados, grande parte querendo ir embora da ilha, e achando que tudo isto foi uma brincadeira de muito mau gosto por parte do Sr. U. N. Owen (o suposto anfitrião e dono da Ilha, em inglês remete a Unknown que significa Desconhecido). Neste cenário, o mais novo do grupo, se engasga aparentemente com a bebida e acaba morrendo. A Sra. Rogers, que já estava em estado de choque após a voz ter os acusado, recebeu calmantes, e foi levada ao quarto. Na manhã seguinte, a Sra. Rogers não se acorda... Os demais começam a achar muito estranho, duas mortes em menos de 24 horas, muita coincidência...

Rogers então percebe que após a morte de sua esposa e do outro convidado, só há oito soldadinhos de porcelana sobre a mesa da sala de jantar. Sendo que no jantar da noite anterior haviam dez soldadinhos, (coincidentemente o mesmo número de pessoas que haviam no início, na casa), o que é confirmado pelos demais. Todos ficam muito mais sobressaltados com a questão.


E começam a contar o que poderia haver de verdadeiro na voz dita, na sala, na noite anterior (ou seja, sobre as pessoas que supostamente teriam sido assassinadas por cada um deles (direta ou indiretamente)), e logo aventaram a hipótese de haver mais alguém na ilha, um louco assassino que havia inventado um monte de mentiras sobre eles.

Após buscas por toda ilha, percebem que estão sozinhos. E um dos ali presentes diz que acredita que o assassino não é uma pessoa de fora, mas sim, um dos dez (no caso um dos oito ainda vivos), que estava ali para se passar por um injustiçado acusado pela voz, mas na realidade seria o verdadeiro assassino. A tensão aumenta, quem entre eles seria o assassino, não poderiam confiar em ninguém? Todos estavam em alerta uns sobre os outros...

E as mortes continuam, seguindo um poema infantil, estampado sobre a lareira de cada um dos quartos:

Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;
Um deles se engasgou, e então sobraram nove.

Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;
Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.

Oito soldadinhos vão a Devon passear e comprar chiclete;
Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.

Sete soldadinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.

Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;
A abelha pica um, e então sobraram cinco.

Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;
Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.

Quatro soldadinhos vão ao mar; um não teve vez,
Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três.

Três soldadinhos passeando no zoo, vendo leões e bois,
O urso abraçou um, e então sobraram dois.

Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então sobrou só um.

Um soldadinho fica sozinho, só resta um;
Ele se enforcou,

E não sobrou nenhum.




Uma história realmente muito intrigante. Como ficar em uma ilha, sem nenhuma saída (sem barcos), sabendo que há um assassino que pode estar ao seu lado e você não consegue saber. Em quem confiar?

Alguém conseguirá deter o assassino e conseguir sair da ilha com vida? Como parar o assassino e fazer com que o poema infantil não chegue ao fim? Quem será a próxima vítima? Quem será o protagonista dos próximos versos?

Avaliação:
Romance policial, muito bem escrito por Agatha Christie, envolvente e intrigante. Quem será o gato entre os pombos? Realmente imperdível, leitura obrigatória por quem gosta de ótimos romances policiais. Vale muito a pena conferir!
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